domingo, 9 de dezembro de 2007

10º Capítulo - Parte I

Devido a uma mudança de horário no trabalho, tive que mudar o curso para a parte da manhã, Eduardo continuava como professor.

Fui ao curso de programação, naquela segunda-feira, mas não consegui prestar atenção na aula e nem na presença de Eduardo. Minha cabeça ainda estava na noite anterior. Agora eu não tinha mais dúvida. Estava me apaixonando por Maurício. Não sei como aquilo tinha acontecido, assim, tão repentinamente. Pensando bem, o mérito era todo de Maurício, se ele não tivesse insistido, jamais eu teria parado para observá-lo.

Dirigi-me ao trabalho da mesma forma que fui ao curso, absorto. Ao passar pela porta do Pêpe, Fernando me chama.

- Jeremias!

- Oi, Fernando! Tá perdido aí?

- Vem tomar um café.

- Tá legal. - Ao sentar na mesa, senti que Fernando tinha um olhar triste. - Você tá bem?

- To... - Sempre foi difícil fazer com que Fernando se abrisse. Talvez ele fosse a pessoa mais fechada que eu tenha conhecido, embora ele passasse uma imagem de descontração.

- Não parece... - Resolvi falar de mim para ver se ele relaxava. - Eu estou ótimo!

- É mesmo... Que foi que aconteceu? - Ele podia não falar muito de si, mas era um excelente ouvinte.

- Finalmente, acho que conheci a pessoa que sempre sonhei! - A expressão de Fernando se "descongestionou" e ele deu um leve sorriso.

- Que bom, Jeremias! Como é que isso aconteceu?

- Um dia desses eu não estava muito bem, como de costume, então resolvi ir a Feira do Livro na Praça Saens Peña, aí... - Contei, resumidamente, toda a história para Fernando.

- Fico feliz por você, Jeremias. Acho até que isso me liberta do compromisso que eu sentia ter com a sua felicidade. Eu nunca seria o homem que você quer. Você sabe disso.

- Você tá tão melancólico...

- É... Hoje a Esperidiana me disse que vai casar com outro cara...

- Como assim? Vocês não tão juntos?

- Mais ou menos. Ela já tinha um cara na vida dela, quando eu apareci...

- E daí? Vocês não se gostam?

- Não sei se eu gosto dela... Acho que gosto.

- Como assim? Acho que gosto? Você tinha me dito que ela era a mulher que você sempre procurou.

- Eu sou uma pessoa muito complicada, Jeremias... Quando eu percebo que as pessoas tão se apegando a mim, sempre acabo com tudo. Até com amizade é assim... Fui eu quem insistiu pra que ela ficasse com o outro.

- Que você é uma pessoa um tanto fechada, eu sabia... Mas esse outro lado seu eu não conhecia. você tem medo de que?

- Como assim?

- Essa tua atitude de procurar afastar as pessoas que entram na tua intimidade, demonstra medo de alguma coisa. Do que? De se machucar? De que a pessoa te machuque?

- Não sei... Nunca pensei nisso... Agora eu preciso ir, depois a gente continua. Ah! fiquei feliz por você!

Fernando sempre teve um ar enigmático. E eu sempre achei que fosse só comigo. Talvez eu estivesse enganado.

Interessante foi observar que a confissão de que ele e a Esperidiana estavam terminando o namoro, não me fez ficar feliz. Pelo contrário, fiquei triste por ver que um amigo estava sofrendo. Apesar de me sentir atraído por Fernando acho que aos poucos o que sentia por ele foi se definindo como uma amizade. Ele tornou-se um amigo por quem sentia atração física.

Cheguei à sala de digitação com a atenção voltada para o telefone. Maurício teria ligado?

- Alguém me ligou, Terezinha? - Perguntei à colega de trabalho que sentava a meu lado. Ao todo na sala eram cinco pessoas. Três mulheres e dois homens, que digitavam sem parar, pois existia uma velha cafona, chamada Joaquina, que foi contratada para vigiar nosso serviço de modo que nós não parássemos para conversar com o colega. Sempre que queríamos conversar ou perguntar algo, era preciso fazê-lo sem tirar os dedos do teclado e os olhos da folha. Os telefonemas eram atendidos pela velha que passava para o nosso ramal, sendo que tínhamos seis minutos para resolver qualquer assunto, sem que ela lançasse nosso nome em uma planilha de aproveitamento, prejudicando, assim, nossa avaliação trimestral.

- Que eu saiba, não. A megera não te passou nada? - Na sua ausência, nós tratávamos Dona Joaquina pelo adjetivo "carinhoso" de megera.

- Não. Também não perguntei. - Levantei-me e fui até a mesa da megera.

- Dona Joaquina, a senhora atendeu algum telefonema pra mim?

- Não. Quando eu recebo, anoto e ponho na mesa da pessoa.

- É. Eu sei. Obrigado.

Voltei para minha mesa e foi difícil concentrar-me no trabalho. Como eu já disse anteriormente, o trabalho de digitação é muito mecânico, ele quase não ocupa a sua mente. Devido a isso eu só conseguia pensar em Maurício. A cada vez que o telefone tocava meu coração disparava. Conforme o tempo foi passando o desespero foi tomando conta de mim. Eu imaginava que ele não iria ligar para mim, porque não teria gostado da minha conversa. Talvez tivesse me achado um chato ou eu estava mais uma vez fantasiando a situação. Depois de quatro horas de digitação as lágrimas já rolavam pela minha face sem que eu pudesse controlar. Terezinha percebeu.

- O que aconteceu, Jeremias?

- Nada... Problemas de família. - Enxuguei as lágrimas e tentei me controlar.

- Jeremias! Telefone! - Beto, digitador que atendia o nosso ramal, gritou. Corri até o telefone.

- Alô!

- Eu não disse que ia te ligar? - Era Maurício do outro lado da linha.

- Oi! Tudo bem?! - Disse sorrindo. Acho que a minha expressão dizia tudo, pois Beto olhou rapidamente para mim e fez uma cara de poucos amigos. Ele apenas me suportava, nunca conversava comigo.

- Tudo bem! E contigo, tá tudo bem?!

- Tá sim. To aqui no batente.

- Chegou bem ontem?

- Cheguei.

- Ontem fui dormir tarde pensando em tudo o que aconteceu. Na forma como nós nos conhecemos... - Ele sempre falava pelas entrelinhas, nunca era direto.

- É. Eu também. - Eu não podia ser mais claro, porque a megera de vez em quando me olhava.

- Sabe que foi muito bom te conhecer. Eu tava precisando de um amigo. De uma pessoa pra conversar, pra sair. Eu tava me sentindo muito só. - Ele era o homem perfeito. Solitário, romântico. Cada vez mais eu me ligava a ele.

- Eu também. Você sabe disso.

- Acho que você não tá podendo falar muito, né?

- É sim. Que tal você ligar pra mim de noite? A gente vai poder conversar melhor.

- Tá ok. Oh! Te cuida, hein!

- Pode deixar.

- Um abraço. - A sua voz tinha o tom de quem manda um beijo.

- Outro pra você.

Desliguei o telefone transbordando de alegria. Beto, mais uma vez olhou para mim e fez uma expressão de reprovação. Sentei para continuar o trabalho, feliz e calmo. Tudo o que mais sonhei estava acontecendo. Realmente ainda existia um homem sensível e romântico e que gostava de mim. Nada estava definido com palavras entre nós, mas eu sentia a paixão me dominar, pouco a pouco, e sem que ele falasse sentia que eu era correspondido. Era um momento mágico daqueles que a gente só vê em novelas e filmes.

- Problemas em família, é? - Observou, ironicamente, Terezinha.

- É... - Sorri, sabendo que ela conhecia bem a expressão em meu rosto. Só não sabia detalhes, que certamente eu não contaria.

Aquela foi a noite em que cheguei mais cedo do trabalho. Tinha medo de ir tomar banho e ele ligar. Fiz um sanduíche e sentei-me ao lado do telefone. Os minutos passavam e a minha ansiedade aumentava. Não lembrava que Eduardo existia e tinha esquecido que Fernando sofria por Esperidiana. Só conseguia pensar nele.

O telefone toca.

- Alô!

- Jeremias? Sou eu.

- Que bom ouvir tua voz.

- Que foi? Aconteceu alguma coisa?

- Não. É que hoje lá no trabalho não pude te dar atenção. Esqueci de te falar que lá a gente tem seis minutos pra atender os telefonemas e tem uma velha que fica vigiando o que a gente fala.

- Não tem importância, Jeremias. Eu percebi que você não podia falar, por isso to te ligando agora.

- Sabe que ontem eu também custei a dormir, pensando em tudo que aconteceu?

- É mesmo? - Nem um nem outro conseguia se declarar, mas um dos dois tinha que tomar a iniciativa.

- Maurício, não sei como você vai receber isso, mas o fato é que desde de ontem você se tornou uma presença muito forte na minha vida...

- Engraçado. Eu desde que te conheci sabia que você seria importante pra mim, como está sendo.

- Será que você tá sentindo a mesma coisa que eu?

- Não sei... Tudo tá muito confuso na minha mente... Tudo é muito novo pra mim... Talvez eu precise de um tempo pra acostumar com a situação.

- Qual situação?

- A de termos nos tornados amigos. De estarmos nos sentindo importante um pro outro. - Eu conseguia perceber que para ele era difícil admitir que estava se sentindo atraído por mim. E por mais que eu tentasse me declarar, não conseguia. Parecia que era a minha primeira vez. Talvez eu tivesse medo de quebrar o encanto, medo de desfazer o sonho, medo de perceber que tudo era uma fantasia.

- Eu sei como é que é... É melhor deixar que o tempo mostre.

- Eu vou ter que desligar, porque eu to num orelhão e meu cartão tá acabando.

- Me liga amanhã, mas liga pra cá. Lá no trabalho eu não posso falar direito.

- Ok. Um abraço. - Novamente o tom de beijo.

- Outro.

A semana passou e todos os dias eu corria para casa, esperando o telefonema de Maurício. Todos os dias ele me ligava por volta das nove horas. Todos os telefonemas eram iguais, sempre cheios de receios e sentimentos contidos.

Era difícil para nós nos encontrarmos durante a semana, pois Maurício dava aula de informática na parte da tarde e à noite. Eu estudava de manhã, trabalhava à tarde e em março voltaria a faculdade à noite. Só tínhamos o final de semana.

Sexta-feira, seis horas da tarde.

- Fernando! - Gritei ao vê-lo a alguns metros, na saída do trabalho.

- Oi, Jeremias.

- Tá indo pra casa?

- To.

- Então vamos juntos. E aí como é que você tá?

- To legal. - As resposta de Fernando eram sempre simples e vagas.

- Como é que ficou teu lance com a Esperidiana?

- Tá tudo bem! A gente não ia dá certo mesmo. A gente vai continuar amigos, porque o que aconteceu foi forte. Acho que eu preciso de uma coisa mais leve.

- Mais leve como? Você quer dizer, com uma mulher da tua idade?

- Não! Só uma coisa mais leve. - Sempre evasivo.

- Ah! Sei... - Não tinha entendido nada.

- E você como é que vai com aquele cara?

- Ainda tá meio indefinido nas palavras, mas ótimo nos sentimentos.

- Sei... - Acho que ele, também, não entendeu.

Fomos andando até o ponto de ônibus e percebi que Fernando não queria falar sobre seus problemas, estava totalmente diferente do dia em que comentou sobre seu rompimento com Esperidiana. Estava com um ar seguro e fechado. Conversamos sobre banalidades. Percebi que estava deixando a barba crescer. Estava especialmente atraente, mas não era como antes. Agora eu sabia que ele era um amigo. Amor era o que começava a sentir por Maurício.

Assim que embarquei no ônibus, Maurício voltou a dominar meu pensamento.

Ao chegar no apartamento, tomei banho e fiquei colado no telefone, que não demorou a tocar.

- Oi!

- Já sabia que era eu, é?! - Maurício brincou.

- Claro! Você sempre liga essa hora.

- E aí? Como é que você tá?

- Tudo bem! Eu quero te fazer um convite.

- Será que é pra fazer uma viagem pela Europa?

- Tu é um palhaço mesmo! Vem cá! Como é que você adivinhou que eu gosto da Europa?

- Eu imaginei...

- O convite não é pra Europa, é pra a gente dá uma saída amanhã.

- Adorei a idéia! Aonde vamos?

- Você é que escolhe. - Ficou alguns instantes em silêncio.

- Você conhece o Suburban?

- Não. Aonde fica?

- Na Cinelândia.

- Engraçado! Nunca ouvi falar. É uma boate gay?

- Não. Eu já tinha te dito que eu gostava do lado marginal da Cinelândia. Não foi?

- Foi

- Então. O Suburban é um lugar meio dark. É um bar onde vão pessoas de todos os tipos, mas só tipos estranhos.

- Interessante! Como é que você conheceu um lugar desse?

- Foi um amigo do trabalho que me levou lá.

- Então tá combinado. Só preciso saber em que ponto da Cinelândia ele fica.

- Conhece o TRF?

- Conheço.

- Fica atrás.

- Que horas a gente se encontra lá?

- Dez horas tá bom?

- Tá.

- Eu queria conversar um pouco. Não dá pra você ir lá em casa agora?

- É melhor deixar pra amanhã. - Eu já tinha um plano para definir nossa situação.

- Tá legal. Então, até amanhã. - Ele era um verdadeiro cavalheiro, nunca insistia quando eu não queria uma coisa.

- Até.

- Um abraço.

- Outro.

Sábado à tarde eu não me continha de tanta ansiedade. Foi difícil encontrar a roupa certa. Acho que fiz todas as combinações possíveis com as que tinham no armário. Meu cabelo estava cortado bem curtinho o que facilitava. Olhava-me no espelho e me achava horrível.

Eram sete horas e eu já estava arrumado andando de um lado para o outro. Conforme o tempo passava eu me sentia cada vez mais tenso. Tinha a sensação de que o meu peito iria explodir. Eu, Jeremias, não sabia lidar com aquela situação. Lembrei-me do dia em que me declarei para Fernando... Não estava assim... Será que era porque sabia que não seria correspondido? Não, não teria coragem de falar o que estava sentindo para Maurício... A noite seria um caos... Só tinha um jeito, pedir ajuda a Jade...

Uma garrafa de vinho... Tudo resolvido... Sentei-me na poltrona, tranqüilo, e acendi um cigarro. Quando chegou a hora peguei um ônibus e fui para o Suburban.

O lugar me pareceu um ambiente decadente. Um bar iluminado com luzes coloridas. As pessoas que o freqüentavam eram diferentes. Uns pareciam punks, outros hippies, não demorou para que eu identificasse os darks, que Maurício havia comentado. Os freqüentadores davam a impressão de se conhecerem. Acho mesmo que aquilo era um reduto de revoltados. As mesas e cadeiras espalhadas pelo local misturavam-se com a fumaça de cigarro e as gargalhadas dos fregueses. A música de fundo era agitada, mas o volume não era alto.

Apesar da estranheza do local eu me senti muito bem. Sob os efeitos do álcool eu costumava me sentir bem até no cemitério. No entanto, não era o autodestrutivo Jade que me dominava. Pela primeira vez senti-me Jeremias no território de Jade.

Avistei Maurício em uma das mesas. Naquele momento ele não me pareceu feio, como antes. Pelo contrário, vestido de preto, estava bem charmoso.

- Demorei? - Perguntei.

- Não. Dez e cinco. Quase pontual.

- Eu costumo ser pontual.

- Tudo bem? - Seu olhar era de puro desejo...

- Tudo. E contigo?

- Gostou do lugar?

- Um tanto exótico, mas gostei. Também gosto de lugares diferentes.

- Esse é um dos lados marginais que eu gosto na Cinelândia.

- Só esse? - Falei com um ar malicioso.

- Não. Como eu disse, um deles.

- Que isso que você tá bebendo?

- Um drink chamado sweet kiss. É a primeira vez que bebo algo alcoólico aqui. Quer experimentar?

- Quero. - Ele foi até o bar comprar a tal bebida. As mesas não eram servidas.

- Prova e vê se você gosta. - Disse ao voltar para mesa. Bebi um grande gole.

- Adorei!

- Um brinde à nossa amizade! - Disse aproximando-se com o copo na mão. Brindamos e achei que era o momento certo...

- Maurício, eu quero te fazer uma pergunta.

- Pode perguntar. - Ele parecia meio tonto.

- O que você espera do nosso relacionamento? - No momento achei que tinha feito a pergunta errada.

- Eu espero amizade. - Continuou me olhando com tesão.

- Eu espero amor.

- Isso é bom...

- Você não me respondeu.

- Será que precisa?

- Eu to me apaixonando por você!

- Isso me assusta, mas acho que, também, to me apaixonando por você. Isso não impede que a gente seja amigo, não é? - Acho que por causa da bebida o seu tom era descontraído e brincalhão. Apesar da garrafa de vinho que havia tomado em casa, meu coração estava disparado.

- Isso quer dizer que você quer ficar comigo? Que eu não to vendo coisa? - Ele riu da minha reação. A vontade que eu tinha era de sair gritando para o mundo que eu finalmente tinha encontrado um amor correspondido.

- Quero, Jeremias. Você só precisa ter um pouco de paciência comigo. Esse tipo de relacionamento é uma coisa nova pra mim. Eu não vou ir tão rápido como os caras que você conheceu na noite.

- E quem disse que eu quero isso? Eu sempre sonhei em ter uma pessoa que gostasse realmente de mim. Esses caras com quem eu saio só tão afim de sexo ou dinheiro.

- Foi muito difícil pra mim aceitar que estava atraído por você. Depois daquele incidente na minha infância, eu nunca mais tive nada com homem nenhum, nem quis ter. Mas contigo foi diferente. As coisas simplesmente foram acontecendo. Desde aquele dia que te vi lá na Feira, que alguma coisa mudou... Talvez esse meu lado tivesse adormecido... Sei lá...

- Queria te dar um beijo. - As palavras saíram sem que eu pudesse controlar.

- É. Eu também queria...

- Tenho uma idéia. Conheci um lugar seu, agora você vai conhecer um lugar meu.

- Qual?

- O Boêmio.

- A boate gay?!

- É. Lá a gente vai poder ficar mais a vontade. Que tal? - Ele ficou meio indeciso.

- Tá legal. Por quê não? Afinal, parece que eu vou fazer parte desse grupo mesmo. - Brincou.

Os drinks no Suburban acabaram de me embebedar. Pelo que pude notar, Maurício, também estava "alto". A distância entre o Suburban e o Boêmio era pequena. Ao atravessar a rua, um carro que não vi freiou, nos assustando. Puxei Maurício e ficamos muito próximos. O desejo, o álcool e a conversa que acabávamos de ter, criou um clima perfeito... Tomei a iniciativa e nos beijamos ali mesmo.

O beijo de Sérgio, rapaz que conheci no Boêmio, ou melhor, Jade conheceu, foi o melhor beijo carnal, se é que posso me expressar dessa forma. Mas aquele beijo entre mim e Maurício foi o mais repleto de sentimentos. Depois que acabamos, olhamos um para o outro e tudo estava dito. Não precisavam palavras, nos abraçamos...

Um comentário:

Furlan disse...

Ainda bem!
O livro é, ao mesmo tempo, sufocante e libertador. Parece a própria vida, não a sua, mas a do ser-humano em geral: em meio a um monte de pedras, dores, lágrimas, puxadas de tapete, ingratidões, alguns momentos de carinho real, amor, ternura...
Beijos